terça-feira, 8 de maio de 2012

Os Chefões dos Games

Executivos pioneiros do setor de jogos eletrônicos no Brasil criam as condições para o mercado nacional crescer.


  Em Abril o site isto é dinheiro publicou uma matéria sobre os executivos responsáveis por criarem condições favoráveis no setor de jogos eletrônicos no mercado brasileiro. Já que as grandes companhias do mercado mundial de videogames subestimaram o Brasil durante muitos anos. Motivos para o descaso não faltavam. Diante de um ambiente de negócios marcado pela pirataria, carga tributária elevada, burocracia e instabilidade econômica, obter retorno para os investimentos parecia impossível. Nos últimos anos, no entanto, especialmente de 2011 para cá, o jogo mudou. O bom momento da economia nacional, com aumento de renda e facilidade de crédito, melhorou as perspectivas de negócios. O faturamento dessa indústria no Brasil subiu de R$ 426,6 milhões, em 2010, para R$ 651,7 milhões no ano passado, enquanto a venda de produtos, em unidades, saltou de 642,1 mil para 935,3 mil no mesmo período. 

  Com o cenário mais promissor, os gigantes do setor começam a demonstrar maior interesse pelo País. Um exemplo é a Microsoft, que passou a produzir no Brasil o videogame XBox. Outro dado que demonstra a nova musculatura da área de games vem do Ibope, segundo o qual 31% da população brasileira – ou cerca de 60 milhões de pessoas – possui ao menos um console em casa. Se hoje o mercado nacional se mostra atraente, inclusive para os grandes fabricantes de consoles, como a empresa de Bill Gates, há quem lute bravamente nessa área desde o tempo das vacas magras e que, agora, ocupa lugar de destaque nessa cadeia de negócios. 

 Com histórias e perfis distintos, cinco chefões dominam o mercado de videogames no Brasil na atualidade. São eles: Bertrand Chaverot, presidente para a América Latina da francesa Ubisoft, uma das maiores empresas de games do mundo; Claudio Macedo, CEO da distribuidora brasileira NC Games; Richard Cameron, presidente da fabricante de processadores americana NVidia; Felipe Sartori, gerente-geral da francesa Gameloft, produtora de jogos para plataformas móveis; e Moacyr Alves, consultor do Ministério da Cultura e presidente da Associação Comercial , Industrial e Cultural de Games (Acigames). Com atuação em diferentes elos da cadeia, esses profissionais têm um longo histórico no setor e conhecem os desafios para o mercado crescer. A história de Chaverot, da Ubisoft, é emblemática das aventuras vividas pelos desbravadores desse mercado. 

A história de Chaverot, da Ubisoft, é emblemática das aventuras vividas pelos desbravadores desse mercado. 
 
O executivo nasceu em Lyon, na França, mas traz na ponta da língua a resposta para quem lhe pergunta de onde é: “Sou ‘brrasileirro’”, diz, com sotaque carregado. Para comprovar, ele mostra com prazer o passaporte, onde consta que é naturalizado. A relação de Chaverot com o Brasil é marcada por bons e maus momentos. Em 1999, ano em que veio para cá montar a operação da Ubisoft, seu primeiro desafio foi lidar com a pirataria e, em 2008, teve a incumbência de abrir o estúdio de desenvolvimento de jogos eletrônicos da companhia. Dois anos mais tarde, quando a Ubisoft resolveu ampliar sua rede para fora da França, Chaverot pretendia quadruplicar o número de funcionários. Não foi possível. A burocracia, somada aos custos trabalhistas, barrou a estratégia. Pior: pouco tempo depois, a Ubisoft fechou o estúdio de produção. 

Crédito: João Castellano/ISTOÈ
Passados os obstáculos iniciais, no entanto, uma nova etapa começou. A empresa hoje adapta jogos internacionais para o público brasileiro. E coleciona sucessos, como Assassin’s Creed Revelations, responsável pela venda de 150 mil cópias, em 2011.  A exemplo de Chaverot, o empresário Claudio Macedo, CEO da NC Games, a maior distribuidora de games da América Latina, também enfrentou dificuldades em sua trajetória de pioneiro dos jogos eletrônicos. Antes de fundar a NC Games, ele vendia jogos para os amigos de faculdade. Mais tarde, já com um escritório no começo dos anos 1990, fazia às vezes de caixeiro-viajante, percorrendo o interior de São Paulo de ônibus. Aos poucos, convenceu as grandes produtoras internacionais a mandar seus jogos para a sua companhia distribuir. 
 
Assim, pavimentou o caminho para que, em 2011, registrasse um faturamento superior a R$ 200 milhões. O desempenho da NC Games só não é maior, segundo a avaliação de Macedo, por causa do mesmo inimigo que atrapalhou a vida da Ubisoft: o custo Brasil. “Nosso negócio depende de volume, que explodiria se não fosse a carga tributária”, diz Macedo. O excesso de impostos criticado por Macedo levou a Gameloft, uma das maiores produtoras de jogos para celulares do mundo, a fechar seu estúdio de produção no Brasil. “Estava mais barato desenvolver games em outros países do que aqui”, afirma Felipe Sartori, o comandante da Gameloft no País. 
 
Com o fim da produção interna, o caminho encontrado foi buscar acordos com operadoras e fabricantes de celulares para inserir os games nos aparelhos. A estratégia foi eficaz e hoje a Gameloft é uma das líderes desse segmento. Embora as vendas regionais não sejam reveladas – apenas as globais, que foram de € 164,4 milhões, em 2011 –, há um dado que indica o sucesso da operação nacional. Entre os dez aplicativos mais rentáveis da loja virtual da Apple Brasil na semana passada, dois eram são da Gameloft: Six-Guns e A Era do Gelo: Vilarejo. No balanço de 2011, a empresa cita os países emergentes como os responsáveis pela expansão. “A operação nacional cresceu acima da média mundial”, diz Sartori. 
 
Para acelerar as vendas, ele espera pelo aprimoramento da classificação indicativa dos games, definida pelo Ministério da Justiça. Esse tipo de questão vai parar na mesa de Moacyr Alves, que, desde o mês passado, é o conselheiro do MinC. No cargo, ele exerce um papel consultivo para todas as esferas do governo federal. Não se trata, porém, de uma função decorativa. Ao indicar a faixa etária adequada para os jogos, o paraibano Alves interfere na venda dos games. E familiaridade para avaliar os jogos não lhe falta. Ele é um colecionador de consoles. “Até aprendi palavras em japonês para experimentar raridades.” O paulistano Richard Cameron, presidente no Brasil da NVidia, também une diversão e negócios quando o assunto são os games. 
 
Fã de jogos de pilotagem de avião, ele precisou de muita destreza para vencer a pirataria. Ao iniciar sua trajetória na companhia, em 2005, ele constatou que “99% dos hardwares no País vinham do Paraguai”. Na tentativa de contornar o problema, reforçou a estratégia da marca. Superado o problema, Cameron agora estimula a produção local de softwares que explorem a capacidade de processamento. Um dos caminhos para isso foi a criação de uma espécie de SAC, que está disponível para os programadores. “Ainda há coisas que devem ser aperfeiçoadas, mas nada se compara à dureza da época em que ingressamos no Brasil”, afirma. “Chegou a hora de o País passar de fase.”

Fonte: Istoedinheiro.com.br/por Por João VARELLA

quarta-feira, 18 de abril de 2012


A nova fase dos games

 Segmento mostra crescimento expressivo, mas indicadores apontam que mercado de videogames está longe de se esgotar.


Segundo reportagem realizada pela Revista Isto é Dinheiro Março/2012, se o mercado de games fosse como um jogo, o Brasil poderia ser considerado uma fase bônus, onde as empresas podem encontrar tesouros sem muitas dificuldades. Entre 2010 e 2011 o mercado de consoles cresceu aproximadamente 50%, e uma outro indicador 
 
Uma pesquisa encomendada pela NC Games, a maior distribuidora de software para games da América Latina, aponta que 73% dos brasileiros não possuem um console, este  levantamento foi divulgado no evento Game World de 2012, feira de games realizada em São Paulo entre os dias 30 de março e 1º de abril. Para chegar a essa conclusão, o Ibope ouviu mais de 2 mil pessoas em 142 cidades brasileiras.
 
Neste ano, o Brasil deve seguir a tendência mundial de ter o mercado de games como mais valoroso segmento de entretenimento. De acordo com a Ubisoft, há hoje no Brasil 2,5 milhões de consoles da atual geração, que ainda recebem jogos novos. Além desses, os brasileiros têm entre 5 e 6 milhões de plataformas antigas, já sem novidades. Segundo especialistas o problema da pirataria vem sendo superado no País graças aos jogos Online, pois é preciso ter um jogo original para participar de partidas na rede mundial. “Estamos no Brasil desde 1999 e sabemos que 2012 é o ano em que nossos negócios vão crescer como nunca por aqui”, afirma Chaverot. Diretor Executivo da Ubisoft no Brasil.

terça-feira, 3 de abril de 2012


Mercado de Games Dribla Pirataria 


        Se 2011 foi um ano ruim para a economia, o mesmo não aconteceu com as empresas que criam e distribuem games. Elas estão rindo à toa. Enquanto o mundo real aperta o cinto, os jogos eletrônicos batem recordes.



        No ano passado, o mercado movimentou 125 bilhões de reais, um crescimento de 7% em relação a 2010. O faturamento vem desde a venda de jogos para consoles até aplicativos para smartphones. Segundo a consultoria especializada em games DFC Intelligence, o mercado deve crescer 20% até 2016. Esse aumento será impulsionado pelo sucesso de jogos casuais como é o caso dos comandados por sensores de movimento como o Kinect, pelo relançamento de clássicos dos videogames e pela disseminação da cultura “freemium”, em que jogos gratuitos vendem itens para melhorar a experiência do jogador ou exibem anúncios.
       Quando comparados a outras formas de entretenimento, o sucesso do mercado de games fica ainda mais evidente. Lançado no final do ano passado, o Call of Duty Modern Warfare 3 faturou 775 milhões de dólares na primeira semana de vendas. É mais do que a bilheteria de filmes, como Harry Potter e as Relíquias da Morte, Crepúsculo e Transformers (veja quadro mais abaixo). “A popularização de games controlados por sensores atraiu um público mais amplo”, disse Guilherme Camargo, diretor de marketing da Microsoft e responsável pelo Xbox 360 no Brasil. “Mulheres, idosos e crianças passaram a consumir games.” E com isso aumentou o número de vendas desses produtos.
       Alguns fatores explicam o bom momento do mercado de jogos. Um deles é o combate à pirataria. Grande vilã da indústria nos anos 90 e 2000, a pirataria diminuiu graças à popularização dos jogos online. Embora ainda seja fácil fazer cópias dos títulos mais populares dos consoles, a prática perdeu adeptos graças aos mecanismos criados para barrar os jogos falsificados nas redes usadas para disputar partidas multiplayer. Hoje, grande parte da diversão de alguns títulos está nos jogos online.
         Outro filão que promete render são os remakes. Os jogos clássicos são relançados para aproveitar todos os recursos da atual geração de consoles. Um exemplo é a reedição de Halo: Combat Evolved. O jogo chegou às prateleiras em 2001 e, neste ano vai ganhar um upgrade com gráficos em alta definição. Já o Grand Theft Auto 3, que vendeu muito no início da década de 2000, também está de volta. Com uma diferença: seu retorno é exclusivo para iPad.
        Há pouco tempo, as produtoras estrangeiras temiam o alto índice de pirataria dos jogos e olhavam com restrições para o mercado brasileiro. A preocupação tem fundamento. Estudo da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) mostra que 60% dos 300 milhões de reais movimentados por ano no Brasil estão no mercado de cópias piratas e contrabando. Apesar disso, as empresas querem aproveitar o bom momento da economia brasileira. “Ter o Neymar na capa mundial do Pro Evolution Soccer é uma demonstração de que a Konami vê o país como uma de suas prioridades”, disse a INFO Aníbal Vera, diretor da Konami no Brasil. A Konami não é a única a olhar para o Brasil. Blizzard e Activision lançaram oficialmente no país seus grandes jogos, como Batman e World of Warcraft. Melhor em setembro, a Microsoft começou a fabricar o console Xbox 360 na Zona Franca de Manaus. O reflexo da estratégia já foi sentido no bolso. O preço do console caiu em média 40%. “Ainda há margem para diminuir o valor dos jogos”, diz Vera. “Um projeto de Lei poderá diminuir a carga de impostos.”
     Incentivados pelo sucesso da Lei da Informática, que reduziu a cobrança de impostos sobre computadores populares, uma comissão da Câmara dos Deputados aprovou proposta para que os jogos eletrônicos passem a ter os mesmos benefícios. Assim, os games importados podem ter uma redução de até 45% em seus preços ao consumidor. 

"Os jogadores brasileiros mais do que agradecem"


Matéria veiculada no site da exame info de 14 de março: escrito por Juliano Barreto
http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/uma-nova-midia-milionaria-14032012-12.shl


older post